1 de jul. de 2010

Cartas imaginarias.

Será que, às vezes, a gente vai com tanta pressa ao encontro de alguém que se esquece de se levar junto? Ou leva só metade do que somos. Será que o Sol, quando é muito forte, faz a sombra chegar primeiro do que a gente? E quando o dia todo foi cinza e esta fazendo frio. A gente fica andando sozinha pela rua pensando mil coisas e maneiras de se proteger. É espantoso ver que nem sempre estou tão escondida. Esperando aviões e aquele olhar que vê cada detalhe. Será que é assim que as coisas acontecem quando o vento começa?
Acordei com uma fresta de luz brincando na cama, coração quentinho, caixola batendo estaca, a dor do mundo inteiro, uma vontade de deixar aquele ninho que não é meu, o sol deitando a sombra da cortina em minhas pálpebras. Eu estou alegre, e o dia não esta feliz. E era tão bonito e simples ver a luz pintando os móveis de colorido que entendi: nenhum amor pode florescer (ou se deixar reconhecer) preso numa casca, num comportamento, vendo nos encontros o tilintar do medo, sem contemplar o silencio, as faces rubras e por instantes, o mundo ir girando... Aquela transparência toda, o celular ao lado.

Então, daqueles momentos guardei a fotografia por dentro dos meus olhos para quando eu olhar você. E você, como sempre, não me responder palavras, e, me escrever palavras, e quando o sol já tiver sumindo, me estender sorrindo aquele cachecol xadrez e entender que eu queria me desculpar por ser assim tão subliminar.

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