Sempre fui muito ligada ao que acontece ao meu
redor o que atrapalha um pouco, visto que teologia não é só ficar
discutindo questões do mundo ou da alma
humana, (e dando Gloria a Deus) para mim é irresistível. Tenho a
maior pressa de aprender, as vezes não tenho tanto ouvido servo quanto deveria ter.. não sei por quê.
Se fosse pautar minha vida pelo que falão seria
como dirigir olhando pelo retrovisor. Acho mais inteligente olhar pra frente,
em vez de olhar para trás.
Quando pensei entrar na escola em que estudo hoje
foi assim; “Vou escolher uma coisa que vai me servir na vida, independentemente
do caminho que decidir seguir depois.” Meu barato é o que meu coração fala e
quem manda é o Senhor. Depois tem o filho, a famlília, os meus proximos, as nações, a medicina, a psicologia... tem tanta vida pra viver!
Simplesmente respondi à um chamado antiqüíssimo ao
qual resisti e muito sem me ligar nas complicações do caminho. Um dia Deus fala
no megafone, assim mesmo pra todo mundo ouvir!
Salva pela graça. Chego até aqui sabendo que ser
feliz implica também em fazer.
Aprendi no berço a ser aberta as pessoas, falar com
elas do mesmo jeito sem me importar com o que vai antes ou depois do nome,
sempre olhando para o que ela tem de bacana e com certo interesse sociológico.
Nesse caminho fiz queridos para toda uma vida, magoei profundamente outros por
achar um monte de mil abobrinhas.
Uma mulher que vou preservar a identidade me
ensinou uma lição de humildade que vou levar para sempre: Não confiar plenamente
(como Jesus fazia porque conhecia o coração humano), mas ter ouvidos
independente daquilo que você já aprendeu.
Trato o ser humano como ser integral que é, não como
objeto de estudo, porque estudar para ser a primeira da turma toda minha vida
acabou com meu tesão de ler tanta coisa... que pensei; “ Não quero falar e fazer
porque ensinam que tem que ser assim, vou fazendo na medida da mudança por
dentro”. E isso me da um prazer imenso.
Não basta documentar na alma o que eu vejo, quero contribuir
para modificar a realidade; com o que já esta, ou com o que ainda vai chegar
inside.
Li por ai um escrito dum rabino que dizia: “ a
casa de ninguém tem quatro paredes, se você olhar pela parede que esta faltando
na sua casa, vai ver que a casa do vizinho também não tem quatro paredes ou
pode ser que você não veja, porque esta virada para o outro lado.” Pensei: “
Mas mesmo assim sinto saudades da minha avó e do vovô. Eu sinto muita saudade do que poderia ter vivido com as pessoas. E o rabino; “ A vida é
como se fosse um barco que cruza a linha do horizonte, você não esta mais vendo
o barco, mas sabe que ele esta lá. “Você
não está os vendo, mas pode ter certeza que sempre vai poder perguntar para
você mesmo o que eles diriam e vai saber”. O que vale é o amor que foi
plantado. O amor é a resposta dos conflitos que ainda virão. A sacada do rabino
é essa.
Tem um livro do Joseph Campbell sobre a metáfora religiosa
[Tu
és isso- Transformando a metáfora religiosa] que juntamente com o que eu aprendo com a bíblia me faz entender o
sentido da religião. Esse autor conta que, apesar de sempre ter sido um
estudioso da religião, nunca tinha a compreendido, até que estava no leito de
morte e viu uma cruz vazia pendurada na parede. Aquilo trouxe conforto, paz, tranqüilidade
para ele sentir aqueles últimos momentos na vida dele. Digo porem; se ele
tivesse “visto” antes viveria essa paz no decurso de sua vida.
Uma coisa é como enxergo a religião se você
pensá-la como metáfora, ela vira uma ferramenta poderosa. Por exemplo; Canaã.
Se você pensar nisso como um pedaço de terra, vai ser preciso estar lá ou sua existência
não vai valer à pena. Muitos mataram e/ou morreram por ela, dignamente por um
direcionamento dado por Deus.
Mas se você enxerga como um espaço onde o governo
de Deus sobre tudo e todos era o alvo, (e ainda é) vai pensar; Quero esse Deus,
Ele preparou tudo, me amou antes, me chamou, entregou Seu filho, fez um caminho
pelo o qual eu poderia passar e me conduzir ao perdão. Desde o início conduz o
seu povo para “esse lugar” do governo de paz, não sem antes a cruz ao longo da
vida. Acredito muito nesse olhar não metafórico do religar.
Enxergo a religião desse lado. Quando vem um líder dizer
o que alguém pode ou não fazer e isso é extra-bíblico, desconfio, rejeito não gosto
e acho uma sacanagem tremenda. Ao mesmo tempo, acredito plenamente em Deus e no
que Ele esta fazendo por aí além dos “ministérios celebrites”.
Continuo não acreditando naqueles que falam em nome
de Deus para dominar a vida dos outros, nem nos que se dizendo Seu povo enche os
veículos midiáticos, enchem conversinhas, enchem reuniões de festividades frívolas,
enchem a cabeça do seu irmão com deboches ao que Ele instituiu como mandamento
mais importante depois de ama-LO; o tão esquecido, amai-vos! No que diz respeito a julgar o que não viram, o que não sabem e
portanto o que não entendem.
Com reservas.
Cordialmente a você que pensa ser dono do seu próprio
nariz.
Passarin