12 de fev. de 2020

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Eu sempre me considerei uma mulher de garotos, me orgulhava de ser amiga dos meninos na escola e da mesa nos almoços de domingo com meu irmão.
Mesmo com tantas representantes do sexo feminino por perto era com eles que eu me sentia forte, que eu me sentia especial. Só depois de muito tempo eu comecei a me dar conta de que junto com a minha natureza supostamente masculina havia também uma espécie de arrogância, como se minha afinidade com o cromossomo y me distinguisse favoravelmente de alguma forma.
Eu me considerava eleita!
Machismo puro.
Mas é que eu não queria ser do time que na época eu considerava sexo frágil. Eu pretendia levar a vida em pé de igualdade com qualquer homem.
Os anos foram passando, e eu, mais esperta fui vendo que as pessoas que eu mais admirava as que mais me iluminavam o caminho, as que mais seguravam minha mão nas horas que importavam eram todas mulheres.
Bom... de lá pra cá, um mundo novo se abriu pra mim e desde então nada na vida me deixa mais acompanhada do que saber que tenho cada vez mais grandes amigas,
Pra falar de cabelo de roupa, de medo, de amor, de filho, de velhice, de grana, de se conhecer, de perrengues, de êxitos do dermatologista gênio a angustia mais secreta.
Eu aprendo todo dia com cada mulher que escuto que eu convivo e que vejo por aqui. Todas davam um filme, uma musica, alguns jantares pra contar a vida toda, que alias no final das contas sempre tem muito em comum e que ninguém sabe onde vai dar
Mas uma coisa da pra saber, se você tem uma rede de mulheres fortes à sua volta seja pra te emprestar um vestido, pra te ouvir chorar ou pra te dizer umas verdades com amor, você tem quase tudo.
E quase, como canta Mallu Magalhães
Quase..
Já é bom demais.
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