Eu sempre me considerei uma mulher de garotos, me orgulhava
de ser amiga dos meninos na escola e da mesa nos almoços de domingo com meu
irmão.
Mesmo com tantas representantes do sexo feminino por perto
era com eles que eu me sentia forte, que eu me sentia especial. Só depois de
muito tempo eu comecei a me dar conta de que junto com a minha natureza
supostamente masculina havia também uma espécie de arrogância, como se minha
afinidade com o cromossomo y me distinguisse favoravelmente de alguma forma.
Eu me considerava eleita!
Machismo puro.
Mas é que eu não queria ser do time que na época eu
considerava sexo frágil. Eu pretendia levar a vida em pé de igualdade com
qualquer homem.
Os anos foram passando, e eu, mais esperta fui vendo que as
pessoas que eu mais admirava as que mais me iluminavam o caminho, as que mais
seguravam minha mão nas horas que importavam eram todas mulheres.
Bom... de lá pra cá, um mundo novo se abriu pra mim e desde
então nada na vida me deixa mais acompanhada do que saber que tenho cada vez
mais grandes amigas,
Pra falar de cabelo de roupa, de medo, de amor, de filho, de
velhice, de grana, de se conhecer, de perrengues, de êxitos do dermatologista gênio
a angustia mais secreta.
Eu aprendo todo dia com cada mulher que escuto que eu
convivo e que vejo por aqui. Todas davam um filme, uma musica, alguns jantares
pra contar a vida toda, que alias no final das contas sempre tem muito em comum
e que ninguém sabe onde vai dar
Mas uma coisa da pra saber, se você tem uma rede de mulheres
fortes à sua volta seja pra te emprestar um vestido, pra te ouvir chorar ou pra
te dizer umas verdades com amor, você tem quase tudo.
E quase, como canta Mallu Magalhães
Quase..
Já é bom demais.
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