10 de jul. de 2010

Seu doutor

-Seu doutor você pode me ajudar?

- Camila o que foi dessa vez?

-Me da um remédio pra me curar? É que eu ando sem saber como lidar, com essa coisa que vai aqui dentro nestes últimos tempos. E as pessoas grandes são deveras complicadas, malvadas e bobas. Elas olham não enxergam, apontam e sei lá... São tantas lacunas que elas vão deixando.
A caixola não para, e, eu desse tamanho todo, você sabe como é... Fica a dor do mundo inteiro, nesse pacote pessoa feito de pó. E elas nem sabem que eu saio por instantes só pra chorar miúdo, escondido de tudo, e me ponho a questionar, aonde é que vai me levar ser assim tão pote de pó exposto ao que o vento soprar. Olha Seu Doutor minha vida já foi muito mais difícil que isso, e você bem sabe por que ando contigo a muitos anos... Mas é que agora bateu um tudo com essa força e eles todos querendo performances, querendo palavras, querendo pensamentos, olhando e aguardando respostas... Doutor passarinho só sabe voar, você pode fazer o favor de ajudar? Pinga aqui colírio pra eu saber olhar.. Sei lá um tampão no ouvido pra eu não escutar.. Qualquer coisa a fim de me separar.

-Camila, porque não pede ajuda para aquele cara de quem você, tanto me fala e até eu, ateu fico achando a coisa mais linda do mundo inteiro alguém confiar assim numa personalidade histórica.



- É doutor, já vou é que o senhor sem saber, curou.. Lembrei daquEle que já me salvou.

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